O público muito abaixo do esperado na comemoração do 1o de Maio das centrais sindicais sinaliza a distância da agenda dessas entidades das demandas dos trabalhadores. Na avaliação da cientista política Andréia Galvão, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), movimentações políticas e questões ideológicas mexeram não apenas com o mundo do trabalho, mas com a subjetividade dos trabalhadores, e isso interfere no que eles consideram importante —uma disputa com frequência mais individual e menos coletiva. Em relação ao esvaziamento do ato, diferentemente da queixa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à comunicação, Galvão diz que a questão “não é exatamente um problema de divulgação”. “Está mais ligada à dificuldade dos sindicatos de falarem com a base, e acho que isso tem várias razões.” “Os trabalhadores se tornam mais refratários à organização e à ação coletiva, ficam mais distantes do sindicato e apostam muito mais na capacidade de encontrar saídas individuais, ou a partir de movimentos sociais organizados em torno de outras identidades, além do apoio oferecido pelas igrejas e pela própria família”, afirma. Fonte: Clique aqui
-2 de agosto de 2024